A aspirina pode reduzir para metade as hipóteses de uma mulher que completou o tratamento contra o cancro da mama voltar a desenvolver a doença ou de o cancro se espalhar para outras partes do corpo, de acordo com um estudo norte-americano.
O estudo foi realizado por investigadores da Universidade de Harvard, que vigiaram a saúde de 4.164 enfermeiras a que tinha sido diagnosticado cancro da mama e tomavam aspirina regularmente e compararam os quadros clínicos destas com os de outros doentes que não usavam o medicamento.
Os resultados mostram que as mulheres que tomavam aspirina duas a cinco vezes por semana reduziram as hipóteses de metástases em 60% e o índice de fatalidade devido ao regresso da doença em 71%. Já quem tomava seis a sete comprimidos por semana reduziu em 43% a probabilidade de o cancro se alastrar e em 64% de morrer.
«Até onde sabemos, esse é o primeiro estudo que reporta um aumento na taxa de sobrevivência das mulheres com cancro da mama que tomam aspirina», escreveu Michelle Holmes, da escola de medicina de Harvard, num artigo publicado no Journal of Clinical Oncology, citado pela BBC Brasil.
Este estudo não especifica, no entanto, o porquê da aspirina ter esse efeito sobre as pacientes. Os médicos suspeitam que pode estar relacionado com a capacidade de o medicamento reduzir a inflamação das células do corpo, mas avisam que serão necessários novos estudos.
Holmes alerta que nenhuma paciente dever substituir o tratamento normal contra a doença pelo uso de aspirina. Outros especialistas avisam ainda que não é recomendável que as portadoras da doença comecem a tomar aspirina regularmente, porque o medicamento tem efeitos colaterais, como estimular hemorragias.